sábado, 18 de abril de 2009

O som da escuridão

É estranho, para que acordei agora se ainda está de noite?
Não, ela diz-me que não está de noite e que está um belo dia.
Mas então, onde estamos?
Porque está tão escuro?
Terei eu os olhos fechados?
Não, estão abertos
O silêncio diminui, a escuridão sussurra aos nossos ouvidos.
Ouvimos sons por todos os lados
Não há luz, mas há esperança
Caminhamos juntos pela escuridão
Mão dada, pele com pele, amor com amor
O medo aumenta e então a coragem também.
O caminho parece mais longo,
Sem ver nada estamos mais atentos
Haverá perigo? Não haverá?
Estaria assim se conseguisse ver?
Mas porque não vejo nada?
Começo a sentir o vento a despentear-me o cabelo
Ela diz para me descalçar.
Eu descalço-me mas sem perceber nada.
Caminhamos um pouco mais, descalços
Começo a sentir areia nos pés, começo a ouvir ruídos ao longe.
Mas para onde foi o sol?
Onde estamos nós?
Começo a perceber o que se passa
Começo a entrar em pânico
Toco nos olhos e sinto-os abertos
Sinto o calor do sol na minha pele
Não está de noite, está mesmo de dia
E então ela abraça-me
E diz-me
Nunca te vou largar.

2 comentários:

  1. Amor...
    Amor verdadeiro, amor sincero, amor puro!
    Algo que neste mundo desprovido de sentimentos, poucos possuem..
    Texto brilhantemente construido!

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  2. Uma descrição que faz vibrar os sentidos...
    Adorei!

    "Não há luz, mas há esperança" essa tem que vir sempre à tona, sim porque ela está lá, por vezes camuflada, mas lá! (:

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